Incensos Perigosos
Por: Patrícia Ribeiro
Estudos concluíram que exalar a fumaça perfumada faz mal à saúde no longo prazo
Estudos concluíram que exalar a fumaça perfumada faz mal à saúde no longo prazo
Por Patrícia Ribero
Um alerta sobre o consumo de incensos preocupa os apreciadores dos aromatizadores indianos. Alguns estudos concluíram que a exposição constante à fumaça perfumada pode causar alguns problemas no trato respiratório. A pesquisa foi realizada pelo Statens Serum Institut, da Dinamarca, que acompanhou 61 mil chineses entre 1993 e 1998 que não apresentavam nenhum tipo de tumor e foram reavaliados em 2005. A conclusão a que os cientistas chegaram é que as pessoas que foram expostas freqüentemente à fumaça dos incensos tiveram mais tumores na garganta, boca e fossas nasais.
Os incensos são feitos com várias substâncias que, em combustão, podem fazer mal à saúde, mas tudo depende da freqüência e do tempo que a pessoa exala a fumaça. O médico pneumologista do Hospital das Clínicas Ubiratan de Paula acredita que são necessários mais estudos de longo prazo para saber quais são os danos que a fumaça perfumada pode causar. “Quem tem problemas respiratórios como bronquite crônica, enfisema, asma ou doenças cardíacas crônicas não deve fazer uso do incenso, pois existe o risco de essas doenças descompensarem”, explica.
Muitas substâncias de que os incensos são feitos são as mesmas contidas no cigarro, como o benzeno, considerado cancerígeno. Quando são acesos, esses materiais entram em combustão e liberam o monóxido de carbono, o hidrocarboneto aromático, material particulado e radicais livres que fazem mal a quem tem problemas no trato respiratório. Porém, o pneumologista acredita que a quantidade de benzeno é pequena e que o uso esporádico não faça mal à saúde, desde que a pessoa não tenha nenhuma das doenças citadas. “O que não é aconselhável é fazer o uso constante em lugares fechados, pois todo tipo de fumaça, seja ela do incenso, do cigarro ou da lareira, causa danos à saúde”, complementa. O médico recomenda não usar o produto quando há crianças, idosos e mulheresgrávidas no ambiente.
Polêmica
No Brasil, a Pro Teste, a Associação Brasileira de Defesado Consumidor, testou cinco marcas de incenso indianas (Agni Zen, Big Brand, Golden, Hem e Mahlakshimi) e desaprovou todas elas. Segundo os pesquisadores, todas as marcas apresentavam quantidadesaltas de benzeno – substância poluente acima da adequada que pode causar alergias na pele e no sistema respiratório – e formol, que pode causar irritações nas mucosas e outras doenças respiratórias.
A professora de Iyengar Yoga e massagista ayurvédica Renata Ventura ficou surpresa com o resultado da pesquisa. “Acho que existem produtos de má qualidade e costumo não usar, mas me surpreendeu saber que faziam tanto mal.” Renata não acende incenso durante as aulas, mas costuma usá-los em casa para rituais religiosos, preferindo os de massala (mistura de ervas e especiarias) por considerar mais puros. “Nem todo mundo gosta do cheiro, tem pessoas que são alérgicas, então aboli das aulas e prefiro usar óleos essenciais para perfumar o ambiente quando faço massagem”, explica.
O músico e sacerdote brâmane Govinda faz ressalvas ao resultado do Pro Teste. “Se realmente os incensos fizessem mal, milhões de pessoas na Índia teriam ficado doentes pelo seu uso. Trabalho e uso incenso há mais de 30 anos e meu pulmão está ótimo”, diz. Ele acredita que os melhores incensos são os indianos e recomenda os de massala, que são feitos de raízes, resina, especiarias, óleos, mel e flores. “Com este material é feita uma mistura até formar uma massa compacta, que é enrolada na vareta e passada num pó aromático. Demora muito mais tempo para queimar e o cheiro é mais forte”, explica.
Para quem não abre mão da fumaça perfumada, Govinda recomenda a compra desses produtos em lojas especializadas de artigos religiosos. Verifique se o incenso é de boa qualidade – normalmente são mais caros –, como os de massala, mirra, benjoim e olíbano.
Publicado orginalmente na PJY, n°23
Um alerta sobre o consumo de incensos preocupa os apreciadores dos aromatizadores indianos. Alguns estudos concluíram que a exposição constante à fumaça perfumada pode causar alguns problemas no trato respiratório. A pesquisa foi realizada pelo Statens Serum Institut, da Dinamarca, que acompanhou 61 mil chineses entre 1993 e 1998 que não apresentavam nenhum tipo de tumor e foram reavaliados em 2005. A conclusão a que os cientistas chegaram é que as pessoas que foram expostas freqüentemente à fumaça dos incensos tiveram mais tumores na garganta, boca e fossas nasais.
Os incensos são feitos com várias substâncias que, em combustão, podem fazer mal à saúde, mas tudo depende da freqüência e do tempo que a pessoa exala a fumaça. O médico pneumologista do Hospital das Clínicas Ubiratan de Paula acredita que são necessários mais estudos de longo prazo para saber quais são os danos que a fumaça perfumada pode causar. “Quem tem problemas respiratórios como bronquite crônica, enfisema, asma ou doenças cardíacas crônicas não deve fazer uso do incenso, pois existe o risco de essas doenças descompensarem”, explica.
Muitas substâncias de que os incensos são feitos são as mesmas contidas no cigarro, como o benzeno, considerado cancerígeno. Quando são acesos, esses materiais entram em combustão e liberam o monóxido de carbono, o hidrocarboneto aromático, material particulado e radicais livres que fazem mal a quem tem problemas no trato respiratório. Porém, o pneumologista acredita que a quantidade de benzeno é pequena e que o uso esporádico não faça mal à saúde, desde que a pessoa não tenha nenhuma das doenças citadas. “O que não é aconselhável é fazer o uso constante em lugares fechados, pois todo tipo de fumaça, seja ela do incenso, do cigarro ou da lareira, causa danos à saúde”, complementa. O médico recomenda não usar o produto quando há crianças, idosos e mulheresgrávidas no ambiente.
Polêmica
No Brasil, a Pro Teste, a Associação Brasileira de Defesado Consumidor, testou cinco marcas de incenso indianas (Agni Zen, Big Brand, Golden, Hem e Mahlakshimi) e desaprovou todas elas. Segundo os pesquisadores, todas as marcas apresentavam quantidadesaltas de benzeno – substância poluente acima da adequada que pode causar alergias na pele e no sistema respiratório – e formol, que pode causar irritações nas mucosas e outras doenças respiratórias.
A professora de Iyengar Yoga e massagista ayurvédica Renata Ventura ficou surpresa com o resultado da pesquisa. “Acho que existem produtos de má qualidade e costumo não usar, mas me surpreendeu saber que faziam tanto mal.” Renata não acende incenso durante as aulas, mas costuma usá-los em casa para rituais religiosos, preferindo os de massala (mistura de ervas e especiarias) por considerar mais puros. “Nem todo mundo gosta do cheiro, tem pessoas que são alérgicas, então aboli das aulas e prefiro usar óleos essenciais para perfumar o ambiente quando faço massagem”, explica.
O músico e sacerdote brâmane Govinda faz ressalvas ao resultado do Pro Teste. “Se realmente os incensos fizessem mal, milhões de pessoas na Índia teriam ficado doentes pelo seu uso. Trabalho e uso incenso há mais de 30 anos e meu pulmão está ótimo”, diz. Ele acredita que os melhores incensos são os indianos e recomenda os de massala, que são feitos de raízes, resina, especiarias, óleos, mel e flores. “Com este material é feita uma mistura até formar uma massa compacta, que é enrolada na vareta e passada num pó aromático. Demora muito mais tempo para queimar e o cheiro é mais forte”, explica.
Para quem não abre mão da fumaça perfumada, Govinda recomenda a compra desses produtos em lojas especializadas de artigos religiosos. Verifique se o incenso é de boa qualidade – normalmente são mais caros –, como os de massala, mirra, benjoim e olíbano.
Publicado orginalmente na PJY, n°23
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